tag:blogger.com,1999:blog-44860965068068907872024-02-07T13:46:26.363-08:00CAVALOS E BAIASCaio Riscadohttp://www.blogger.com/profile/00506795009689852222noreply@blogger.comBlogger307125tag:blogger.com,1999:blog-4486096506806890787.post-21119374856260390182013-01-10T16:27:00.002-08:002013-01-10T16:27:55.528-08:00Sigur Rós por Anafaelle Lui <iframe src="http://player.vimeo.com/video/51423928?title=0&byline=0&portrait=0&color=d8c288" width="500" height="281" frameborder="0" webkitAllowFullScreen mozallowfullscreen allowFullScreen></iframe>Lucas Canavarrohttp://www.blogger.com/profile/03179194080537792180noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4486096506806890787.post-57168018817807239072012-11-13T14:36:00.000-08:002012-11-13T14:36:03.004-08:00O espectador emancipado<b id="internal-source-marker_0.8955386674497277" style="font-weight: normal;"></b><br />
<div dir="ltr" style="margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;">
<b id="internal-source-marker_0.8955386674497277" style="font-weight: normal;"><span style="font-family: Arial; font-size: 13px; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">“O espectador também age, tal como o aluno ou o intelecutual. Ele observa, seleciona, compara e interpreta. Relaciona o que vê com muitas outras coisas que viu em outras cenas, em outros tipos de lugares. Compõe seu próprio poema com os elementos do poema que tem diante de si. Participa da performance refazendo-a à sua maneira, furtando-se, por exemplo, à energia vital que esta supostamente deve transmitir para transformá-la em pura imagem e associar essa pura imagem a uma história que leu ou sonhou, viveu ou inventou. Assim, são ao mesmo tempo espectadores distantes e intérpretes ativos do espetáculo que lhes é proposto.” (Rancière, 2012, p.17).</span></b></div>
<b id="internal-source-marker_0.8955386674497277" style="font-weight: normal;"><span style="font-family: Arial; font-size: 13px; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"></span><br /><div dir="ltr" style="margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial; font-size: 13px; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">“Na lógica da emancipação há sempre entre o mestre ignorante e o aprendiz emancipado uma terceira coisa - um livro ou qualquer outro escrito - estranha a ambos e à qual eles podem recorrer para comprovar juntos o que o aluno viu, o que disse e o que pensa a respeito. O mesmo ocorre com a performance. Ela não é a transmissão do saber ou do sopro do artista ao espectador. É essa terceira coisa de que nenhum deles é proprietário, cujo sentido nenhum deles possui, que se mantém entre eles, afastando qualquer transmissão fiel, qualquer identidade entre causa e efeito.” (Rancière, 2012, p.19).</span></div>
<span style="font-family: Arial; font-size: 13px; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"></span><br /><span style="font-family: Arial; font-size: 13px; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">“Mas num teatro, diante duma performance, assim como num museu, numa escola ou numa rua, sempre há indivíduos a traçarem seu próprio caminho na floresta das coisas, dos atos e dos signos que estão diante deles ou os cercam. O poder comum ao espectadores não decorre de sua qualidade de membros de um corpo coletivo ou de alguma forma específica de interatividade. É o poder que cada um tem de traduzir à sua maneira o que percebe, de relacionar isso com a aventura intelectual singular que o torna semelhante a qualquer outro, à medida que essa aventura não se assemelha a nenhuma outra.” (Rancière, 2012, p.20).</span></b><br />
<b style="font-weight: normal;"><span style="font-family: Arial; font-size: 13px; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><br /></span></b>
<b id="internal-source-marker_0.8955386674497277" style="font-weight: normal;"></b><br />
<div dir="ltr" style="margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;">
<b id="internal-source-marker_0.8955386674497277" style="font-weight: normal;"><span style="font-family: Arial; font-size: 13px; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">“Os artistas, assim como os pesquisadores, constroem a cena em que a manifestação e o efeito de suas competências são expostos, tornados incertos nos termos do idioma novo que traduz uma nova aventura intelectual. O efeito do idioma não pode ser antecipado. Ele exige espectadores que desempenhem o papel de intérpretes ativos, que elaborem sua própria tradução para apropriar-se da “história” e fazer dela sua própria história. Uma comunidade emancipada é uma comunidade de narradores e tradutores.” (Rancière, 2012, p.25).</span></b></div>
<div>
<b id="internal-source-marker_0.8955386674497277" style="font-weight: normal;"><span style="font-family: Arial; font-size: 13px; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><br /></span></b></div>
Caio Riscadohttp://www.blogger.com/profile/00506795009689852222noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4486096506806890787.post-84028259511017902802012-08-27T23:05:00.001-07:002012-08-27T23:10:00.220-07:00Doce Trote<br />
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; font-family: arial, sans-serif; font-size: 13px; text-align: justify; text-indent: 21.3pt;">
<span style="font-family: 'Bookman Old Style';">, primeiro porque, ainda durante a fila para entrar no teatro, algo no ar - na vibração das moléculas por entre as nossas baias - sugeria uma qualidade de acontecimento notável no mundo teatral do Rio de Janeiro na noite de ontem.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; font-family: arial, sans-serif; font-size: 13px; text-align: justify; text-indent: 21.3pt;">
<span style="font-family: 'Bookman Old Style';">Nada mais me permite escrever breves comentários sobre <i>Cavalos e Baias </i>do que o ímpeto de, enquanto espectador, responder à obra – além da falta de medo de cair no vão entre as letras do papel.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; font-family: arial, sans-serif; font-size: 13px; text-align: justify; text-indent: 21.3pt;">
<span style="font-family: 'Bookman Old Style';">Estive diante do “desmundo”. Seres humanos sendo levados a ferir a métrica do espaço, a colidir com o vácuo da matéria. <i>Cavalos e Baias </i>interdita o hesito, carrega o peso da outra face das relações interpessoais sob a perspectiva do bruto humano, do animal consciente de não o ser, carne sem pele à deriva num pedaço de chão de terra batida; ao sol. É a peça da madureza da <i>Miúda, </i>onde os corpos estão no eixo oposto de seus cercos, onde o território é apenas palavra falada e a metafísica é vista e comprovada através da verdade com que nossos olhos nos fazem acreditar no que lhes é posto. É assento sem peso, descarrilhado olhando fixo e fechando em copas a longuidão do trote.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; font-family: arial, sans-serif; font-size: 13px; text-align: justify; text-indent: 21.3pt;">
<span style="font-family: 'Bookman Old Style';">Desde a descoberta, o amadurecimento artístico de Caio Riscado -de seus primeiros trabalhos na Miúda pra cá -, a expansão da expressão corporal de Rafael Lorga - brilhando de dentro pra fora -, o excesso de mulher em Cacá Otoni, a brilhante languidez da interpretação de Fred Araújo (e, é claro, falo dessa vez por ânimo pessoal, pela particularidade afetiva com alguns deles): tudo acontece na saliência da ânima de toda obra, por todo o processo, diante de todo o resto do mundo ao redor. Os olhos femininos marcados “à la fome”, os parangolés de Oiticica dançando nas roupas, na cenografia, no corpo, a dança dos atores, no teatro, aplaudindo a dança enquanto arte mais do que os que dançam e só. <i>Cavalos e Baias</i> (um nome que dá gosto de repetir) está pra lá da conta de qualquer coisa nomeada contemporâneo. É perene, atemporal.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; font-family: arial, sans-serif; font-size: 13px; text-align: justify; text-indent: 21.3pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; font-family: arial, sans-serif; font-size: 13px; text-align: justify; text-indent: 21.3pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; font-size: 13px; text-align: justify; text-indent: 21.3pt;">
<span style="font-family: Bookman Old Style;">- as doces palavras do estudante de cinema João Arthur Soares </span></div>
Caio Riscadohttp://www.blogger.com/profile/00506795009689852222noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4486096506806890787.post-77707114744116254122012-08-20T16:44:00.001-07:002012-08-20T16:44:24.859-07:00sequência real e discreta<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjxRsBkRKCy3bz22RRnxOibsuTQ8Moz86Xhl6OaFlrB48Xs70pEllKaihry-2mvq-SBiRbKfv9LYcnpM-KkJDIM5ok3hh52Wj28BbzmEfRb3_oC9oPR9OxZkFGePOm6yCdzSAvM44jbVfU/s1600/muybridge.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="262" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjxRsBkRKCy3bz22RRnxOibsuTQ8Moz86Xhl6OaFlrB48Xs70pEllKaihry-2mvq-SBiRbKfv9LYcnpM-KkJDIM5ok3hh52Wj28BbzmEfRb3_oC9oPR9OxZkFGePOm6yCdzSAvM44jbVfU/s320/muybridge.jpg" width="320" /></a></div>
As fotografias de cavalos em movimento feitas por Muybridge em 1878 foram as primeiras a captar o que parecia ser a sequência real e discreta de movimento, Muybridge concebeu uma maneira de representar a velocidade de um cavalo correndo por meio da ação de várias máquinas fotográficas (12, neste caso), enfileiradas e preparadas para disparar em sequência quando o cavalo passasse correndo.<div>
<br /></div>
<div>
trecho retirado do livro Novas Mídias na Arte Contemporânea.<br /><br /></div>
Gunnar Borgeshttp://www.blogger.com/profile/11504809476394172411noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4486096506806890787.post-44752653552970173612012-07-24T12:02:00.001-07:002012-07-24T12:45:51.104-07:00Cavalos e Baias<div style="text-align: justify;">
<br />
Há duas formas de se domar um cavalo. A primeira, e mais comum, leva semanas, e consiste em surrar o animal para que ele aprenda quem manda. A segunda, que pouca gente conhece, leva, no máximo, meia hora, e se dá pela conquista do animal pelo seu domador. Como numa dança delicada entre amantes, homem e cavalo se olham devagar, aos poucos, medindo de alto a baixo o que cada um tem a oferecer, até que, finalmente, a mão do homem desliza suavemente sobre a testa de seu animal. Disso sabem poucos, mas, mesmo sem conhecer essa delicada técnica de sedução, bailam cotidianamente em busca da mão que vai mudar sua vida.<br />
<br />
É essa dança de frenética busca que marca a plasticidade do espetáculo Cavalos e baias, com silêncios perturbadores e ruídos delirantes. A atenção se divide entre os corpos esguios que enchem o palco e as palavras que, como se nada fossem, seduzem o espectador no fundo de cena. O cotidiano, com seu tecido feito de aprisionamentos e libertações tão sucessivos quanto paradoxais, vai-se desconstruindo à medida que os movimentos de cena quebram as barreiras das baias que querem, à força, e todos os dias, nos conter.<br />
<br />
Alegoria primorosa da passividade do homem ante o cercado que o cerceia, Cavalos e baias revela a possibilidade de quebrar o alambrado, pular a cerca, relinchar, respirar, viver. Dessa coloração febril que compõe a liberdade faz-se o espetáculo, e aprendemos, mais uma vez, que a arte pode sempre ser nossa via de libertação.<br />
<div>
<br /></div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
- Cláudia Capello é Doutora em Literatura Comparada, professora da UERJ e coordenadora pedagógica do FGV online.</div>Caio Riscadohttp://www.blogger.com/profile/00506795009689852222noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4486096506806890787.post-23231168684476367722012-07-21T12:00:00.001-07:002012-07-24T13:02:43.884-07:00Pulsa<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #222222; letter-spacing: 0px; text-indent: 28.399999618530273px;">Eu gosto quando o corpo do outro me assalta. Fui violado e os cortes já se acostumaram, aos poucos eles se sobrepõem e desistem do medo. Desta vez, fui apunhalado de olhos bem abertos e cavalguei um mundo todo, meu corpo inteiro – era um punhal-convite e eu o aceitei. Não fomos a lugar algum, não entendia a razão de uma viagem sem destino. Depois compreendi que o trajeto era em outro sentido e em outra esfera, algo como deslocar-se de olhos fechados sem perder a atenção ao caminho. Por isso o mundo e o meu corpo seguiam tão próximos: ao percorrer um, adentrava o outro, até eles se misturarem. Cavalguei por entranhas, foi o que me ofereceram. Eram vísceras comuns a nós e aos nós que nos prendem em baias o que aqueles corpos exaltavam. “Nós nos compadecemos”, eu pensei naquele instante sem saber se estava de fato sentado, imóvel, ou em algum movimento. Sabia que de algum modo reagia </span><span style="color: #222222; text-indent: 28.399999618530273px;">àquelas </span><span style="color: #222222; letter-spacing: 0px; text-indent: 28.399999618530273px;">contrações, as musculares e as afetivas, das preenchidas </span><span style="color: #222222; text-indent: 28.399999618530273px;">à</span><span style="color: #222222; letter-spacing: 0px; text-indent: 28.399999618530273px;">s mais vazias, as mesmas daqueles atores-cavalos-dançarinos, corpos urgentes ceifando a inércia. A pele e o coração do outro comunicavam tanto que cheguei a pensar em avançar para tocar, confirmar de que matéria eram feitas aquelas projeções. Mas eu não precisava potencializar ainda mais uma violência que já evidenciava o nosso desgaste. “Até que ponto essa luz ilumina?”, escapou de mim enquanto observava o espaço sobre o qual incidia uma luz meio clara, meio obscura, “talvez seja esse mesmo o tom da cavalgada, talvez seja preciso confiar no passo sobre lamaçal e sombra”. Questões insólitas me alcançavam, e meu peito então repetia a canção do início, “<i>o abismo em uma fissura...o claro não se vê”</i>, e depois também lembrava de outros versos, “<i>você me disse algo que não entendo, mas lembro, lembro, lembro”</i>, repetia tudo na mesma voz, voz de timbre tão paradoxal quanto todo o espetáculo, voz deliciosa e doce, voz ascética, voz pungente. Eu não precisava responder a nada, e se houvesse o que reclamasse algum sentido, justo que fosse o homem meditando sobre a própria estrada.</span>
</div>
<span style="color: #222222; letter-spacing: 0px; text-align: justify; text-indent: 28.399999618530273px;"><br /></span><br />
<span style="color: #222222; letter-spacing: 0px; text-align: justify; text-indent: 28.399999618530273px;">- Rodrigo Carrijo, ator e escritor, sobre o nosso espetáculo.</span>Caio Riscadohttp://www.blogger.com/profile/00506795009689852222noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4486096506806890787.post-80754934646186563002012-07-20T09:56:00.001-07:002012-07-24T12:20:54.735-07:00Sobre posições<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #333333; line-height: 14px; text-align: left;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Uma peça de teatro sobre cavalos. Sobre cavalos ou sob cavalos. Cavalos postos no palco: equinos dos mais variados tipos fisícos e mentais em franca exposição. Sem leilão, sem valores, sem troféus. Machos, fêmeas, morenos, louros, gordos, magros, selvagens e domesticados. Cavalos que se encontram, se abraçam, se enfrentam, se violentam. Entre passos, trotes e galopes, tem cavalo que vai às compras e fala francês. Bichos que, na baia do teatro, explodem em saltos e rodopios como se estivessem expostos numa arena de rodeio ou numa mesa de jantar. Flashs pipocam sobre seus olhos matando o sossego natural. Eles são o centro das atenções. Mas eles quem? Pobres animais enlouquecidos pelo fluxo furioso de imagens e sons – cavalos da era digital. É sobre posições. Sobreposições. É sobre os cavalos do palco e da plateia. Sobre o último obstáculo que divide esse espaço. E eles saltam.</span></span>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #333333; line-height: 14px; text-align: left;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #333333; line-height: 14px; text-align: left;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #333333; line-height: 14px; text-align: left;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">- Alonso Zerbinato é ator e escritor.</span></span></div>Caio Riscadohttp://www.blogger.com/profile/00506795009689852222noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4486096506806890787.post-39339750201658687852012-07-19T13:10:00.000-07:002012-07-24T12:22:48.131-07:00Algumas verdades sobre cavalos e baias<span style="background-color: white; color: #222222; font-family: Arial; font-size: 15px; text-align: justify; white-space: pre-wrap;"><br /></span><br />
<span style="background-color: white; color: #222222; font-family: Arial; font-size: 15px; text-align: justify; white-space: pre-wrap;">I</span><br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #222222;"><br /></span></div>
<div style="color: #222222; text-align: justify;">
<span style="background-color: white; font-family: Arial; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;">A luz apagou e os cavalos surgiram do escuro. Sem surpresa, convidando a correr o páreo, mesmo com essas minhas pernas longas e soltas que não foram feitas para a distância. Cavalos debaixo d’água. No espaço, na neve, cavalos que bebem estrelas para ganhar velocidade, montados no vento, cavalos de metal. Havia um cavalo no espelho e eu nunca soube.</span></div>
<span style="vertical-align: baseline;"></span><br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="vertical-align: baseline;"><br /></span></div>
<span style="vertical-align: baseline;">
</span><br />
<div style="color: #222222; text-align: justifyt;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white; font-family: Arial; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;">II</span></div>
</div>
<span style="vertical-align: baseline;"></span><br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="vertical-align: baseline;"><br /></span></div>
<span style="vertical-align: baseline;">
</span><br />
<div style="color: #222222; text-align: justify;">
<span style="background-color: white; font-family: Arial; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;">Então a gente galopava pela cidade em busca da fungada quente, da crina macia, das pernas finas que se dobram e do peso que deita uns olhos bem abertos sobre tudo. Se você não fecha os olhos a noite não chega.</span></div>
<span style="vertical-align: baseline;"></span><br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="vertical-align: baseline;"><br /></span></div>
<span style="vertical-align: baseline;">
</span><br />
<div style="color: #222222; text-align: justify;">
<span style="background-color: white; font-family: Arial; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;">III</span></div>
<span style="vertical-align: baseline;"></span><br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="vertical-align: baseline;"><br /></span></div>
<span style="vertical-align: baseline;">
</span><br />
<div style="color: #222222; text-align: left;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white; font-family: Arial; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;">E eu vi os ídolos da minha juventude todos acorrentados. E a gente se debatendo e gritando porque não tem mais pra onde ir, porque as paredes e porque o tempo, porque a baia, subindo subindo e tampando toda a luz da janelinha. Porque o frio que entra depois. Porque a fome. Porque a falta que não passa nunca.</span></div>
</div>
<span style="vertical-align: baseline;"></span><br />
<div style="text-align: left;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="vertical-align: baseline;"><br /></span></div>
</div>
<span style="vertical-align: baseline;">
</span><br />
<div style="color: #222222; text-align: justify;">
<span style="background-color: white; font-family: Arial; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;">IV</span></div>
<span style="vertical-align: baseline;"></span><br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="vertical-align: baseline;"><br /></span></div>
<span style="vertical-align: baseline;">
</span><br />
<div style="color: #222222; text-align: justify;">
<span style="background-color: white; font-family: Arial; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;">Os pés reclamam mas dançam, porque quem fica sozinho no foco de luz, vestindo um vermelho forte e triste, é sempre quem morre primeiro. Morre de tanto desistir e ir embora. Quem dança de olhos fechados com o par errado pelo menos fica até o fim da música, mesmo que banhado em lágrimas, mesmo querendo e fugindo pra dentro cada vez mais longe, fora da pista, fora do palco, em outro lugar onde um dia houve felicidade, aquela única felicidade que durou tempo nenhum e foi pouco demais. Injusto demais. </span></div>
<span style="vertical-align: baseline;"></span><br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="vertical-align: baseline;"><br /></span></div>
<span style="vertical-align: baseline;">
</span><br />
<div style="color: #222222; text-align: justify;">
<span style="background-color: white; font-family: Arial; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;">V</span></div>
<span style="vertical-align: baseline;"></span><br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="vertical-align: baseline;"><br /></span></div>
<span style="vertical-align: baseline;">
</span><br />
<div style="color: #222222; text-align: justify;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white; font-family: Arial; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;">Depois você se arrasta num deserto de cabelos, buscando os pedaços perdidos na areia. Que não tem mais como juntar. A toda hora de novo a queda, o vulto que surge por trás e empurra no abismo, a traição. Quando o cavalo quebra a perna e desiste de correr, e o corpo só quer apanhar. Qualquer chicote se torna abraço, e fio de sangue nas costas é a única força que liberta da memória. O cavalo quebrado ajoelha, esquece a identidade e pede mais.</span></div>
</div>
<span style="vertical-align: baseline;"></span><br />
<div style="text-align: justify;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="vertical-align: baseline;"><br /></span></div>
</div>
<span style="vertical-align: baseline;">
</span><br />
<div style="color: #222222; text-align: justify;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white; font-family: Arial; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;">Cada golpe estalado é um raio de luz, um, dois, três, vinte, quinta-feira com febre, maio com chuva, agosto com chuva, dois mil e acaba logo essa dor, o campo molhado e a lama dentro de casa. </span></div>
</div>
<span style="vertical-align: baseline;"></span><br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="vertical-align: baseline;"><br /></span></div>
<span style="vertical-align: baseline;">
</span><br />
<div style="color: #222222; text-align: justify;">
<span style="background-color: white; font-family: Arial; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;">VI</span></div>
<span style="vertical-align: baseline;"></span><br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="vertical-align: baseline;"><br /></span></div>
<span style="vertical-align: baseline;">
</span><br />
<div style="color: #222222; text-align: justify;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white; font-family: Arial; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;">Às vezes quando eu corro demais o meu nariz sangra, mas o cavalo dentro de mim, ele corre pra sempre.</span></div>
</div>
<span style="font-family: Arial; vertical-align: baseline;"></span><br />
<br />
<span style="color: #222222; font-family: Arial;"><span style="font-size: 15px; white-space: pre-wrap;">- Por Fernanda Cosenza, uma visão-poema a partir de sua experiência enquanto espectadora ativa do espetáculo Cavalos e Baias.</span></span>Caio Riscadohttp://www.blogger.com/profile/00506795009689852222noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4486096506806890787.post-86448797740869115222012-07-13T08:46:00.000-07:002012-07-13T08:46:06.129-07:00Intervenção / Cenário<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiSk4SIR6YPl96sxSQBOW5jnCMGy8JTBKOKup2JnXvn0Y2rpu7kToxfkCq9pCiLNS8FtzL00k6SJ0qedRPnXWmyqDV2SchthWU0WnLEeUVtVBfr0vyqg_qJJZl5A_C_9uXtq-H28Jtz9-iT/s1600/319477_501971949818054_608633190_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiSk4SIR6YPl96sxSQBOW5jnCMGy8JTBKOKup2JnXvn0Y2rpu7kToxfkCq9pCiLNS8FtzL00k6SJ0qedRPnXWmyqDV2SchthWU0WnLEeUVtVBfr0vyqg_qJJZl5A_C_9uXtq-H28Jtz9-iT/s400/319477_501971949818054_608633190_n.jpg" width="400" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEguKYVEpD06FF0Mn9pufuqsOLAht_fWokkL6xZUy3ZoQNlJHjpEftqRTYAk1USiuZg1E7zQvy5TEe0CmyvUg7ZV-pITo_MW1AtiuEcbkd6A9GSqTtMauEZDfwoI5k6Pvd9kh2HFaXPdO7jM/s1600/553280_502005163148066_389489298_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEguKYVEpD06FF0Mn9pufuqsOLAht_fWokkL6xZUy3ZoQNlJHjpEftqRTYAk1USiuZg1E7zQvy5TEe0CmyvUg7ZV-pITo_MW1AtiuEcbkd6A9GSqTtMauEZDfwoI5k6Pvd9kh2HFaXPdO7jM/s400/553280_502005163148066_389489298_n.jpg" width="400" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
Intervenção no Cenário ontem na Comuna!</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
Canetinhas liberadas!</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
lindo.</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<br />Caio Riscadohttp://www.blogger.com/profile/00506795009689852222noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4486096506806890787.post-81862069236856045212012-07-13T08:42:00.002-07:002012-07-13T08:42:58.715-07:00Montagem de Luz.<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgv_jG6fbXQ6CXCh5mcUWuwODi4AfJKv-bpzHFaYb6freUziMEhKHCTrBh2fXpLQV_sQNrYFZZt0JikdAUDXdH5S-uO10fjKB9KY-9TIY72gvOsuVWTZlsvwSkuhTRTuVO1903BAumTPsX_/s1600/b5d994b6cc3e11e18cf91231380fd29b_7.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgv_jG6fbXQ6CXCh5mcUWuwODi4AfJKv-bpzHFaYb6freUziMEhKHCTrBh2fXpLQV_sQNrYFZZt0JikdAUDXdH5S-uO10fjKB9KY-9TIY72gvOsuVWTZlsvwSkuhTRTuVO1903BAumTPsX_/s400/b5d994b6cc3e11e18cf91231380fd29b_7.jpg" width="400" /></a></div>
<br />
Marcelinha ahazando.Caio Riscadohttp://www.blogger.com/profile/00506795009689852222noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4486096506806890787.post-83449847564816231332012-07-11T16:09:00.000-07:002012-07-11T16:09:40.823-07:00Manhã Linda! Photoshoot!<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhZvf8ahQ8-LJpCKFe0sGfTblGbLHMJ_eKqPdGzdVe3TuzxLriqkP_ilH0lgmRvSAY7BwxmSm7eZEiQqqiSTIqf_VSDI0jcHdeTrOXVzlEJ3w0ACTRC6eJSKMZmxcDsmoNEwrCxwV36LjsT/s1600/6905b5bacb5911e19c6622000a1e89ba_7.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhZvf8ahQ8-LJpCKFe0sGfTblGbLHMJ_eKqPdGzdVe3TuzxLriqkP_ilH0lgmRvSAY7BwxmSm7eZEiQqqiSTIqf_VSDI0jcHdeTrOXVzlEJ3w0ACTRC6eJSKMZmxcDsmoNEwrCxwV36LjsT/s400/6905b5bacb5911e19c6622000a1e89ba_7.jpg" width="400" /></a></div>
<br />
Parabéns equipe.Caio Riscadohttp://www.blogger.com/profile/00506795009689852222noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4486096506806890787.post-91265186835770347532012-07-08T13:43:00.001-07:002012-07-11T16:10:17.323-07:00Vem Gente!<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjRPul9p4TBc-qIj4VO3DmlesONDYDHWCZ2GwEpZEQKt5777xfIDgMIWjLLWLtNxkpQ6a1b_MnG9QeEdIT1KsrPsqNLV0RfO-ltmB8nJhxBe23d_Iku6bbv6EyG2a-vBUQirdTAMpyiO0l_/s1600/CAV-flyer_miuda_5jul12.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjRPul9p4TBc-qIj4VO3DmlesONDYDHWCZ2GwEpZEQKt5777xfIDgMIWjLLWLtNxkpQ6a1b_MnG9QeEdIT1KsrPsqNLV0RfO-ltmB8nJhxBe23d_Iku6bbv6EyG2a-vBUQirdTAMpyiO0l_/s400/CAV-flyer_miuda_5jul12.jpg" width="293" /></a></div>
<br />Caio Riscadohttp://www.blogger.com/profile/00506795009689852222noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4486096506806890787.post-34947113009130663632012-06-21T10:33:00.002-07:002012-07-11T16:10:36.812-07:00Um bom programa.<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjigWKAgthIRxNPTrj8AdhW6XArpZusO-Pb8E5Pl2Oo_mMc4gZJeitFznC0JpWje6H1KzcaWL176FvOcN13N-z0BjTSukdUIB2daeGnaBt1QLjWF-GR0ucjz2Z3m57J_7AVT7Rkws6pk876/s1600/2012-06-21+13.05.08.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjigWKAgthIRxNPTrj8AdhW6XArpZusO-Pb8E5Pl2Oo_mMc4gZJeitFznC0JpWje6H1KzcaWL176FvOcN13N-z0BjTSukdUIB2daeGnaBt1QLjWF-GR0ucjz2Z3m57J_7AVT7Rkws6pk876/s400/2012-06-21+13.05.08.jpg" width="400" /></a></div>
<br />Caio Riscadohttp://www.blogger.com/profile/00506795009689852222noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-4486096506806890787.post-15970069760517743652012-06-20T16:38:00.002-07:002012-07-11T16:10:59.993-07:00Sucesso.<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjePA-JYJ9TdCPmF3GMaB3QRDIUhnZq8PJRYdzbEwRCrwYnGowzK2tfLjPxzTY3k4sI3x5h4xK9rDz57EZwq2z0jyANkh4okh-vyLhaQ0QeHNKdZgxSr5InWMn2Qwe03QsvPxTtEM4ZO59l/s1600/printcavaloscatarse.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="247" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjePA-JYJ9TdCPmF3GMaB3QRDIUhnZq8PJRYdzbEwRCrwYnGowzK2tfLjPxzTY3k4sI3x5h4xK9rDz57EZwq2z0jyANkh4okh-vyLhaQ0QeHNKdZgxSr5InWMn2Qwe03QsvPxTtEM4ZO59l/s400/printcavaloscatarse.jpg" width="400" /></a></div>
<br />Caio Riscadohttp://www.blogger.com/profile/00506795009689852222noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4486096506806890787.post-37901294703969102942012-06-18T20:44:00.002-07:002012-06-18T20:45:20.025-07:00<br />
<blockquote style="border: 0px; color: #373737; font-family: Georgia, 'Bitstream Charter', serif; font-size: 15px; font-style: italic; line-height: 24px; margin: 0px 3em; outline: 0px; padding: 0px; quotes: ''; vertical-align: baseline;">
<div style="border: 0px; font-family: inherit; font-style: inherit; margin-bottom: 1.625em; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
Poderíamos definir <strong style="border: 0px; font-family: inherit; font-style: inherit; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">dramaturgia atoral </strong> como um território de pesquisa e criação no qual a capacidade orgânica do ator deve se submeter à organização de um modelo situacional pré-estabelecido, em que entre seus limites seja Possível encontrar novos âmbitos de liberdade criativa. “Dançar com correntes”, sim, como disse Nietzsche, para transformar o obstáculo em estímulo. O destino do ser humano na realidade social não é muito diferente. Alimentamos a ilusãotranscorrer linearmente, arrastados pelo tempo em direção a um futuro imprevisível e incerto, entrelaçando circunstâncias mais ou menos flexíveis, com um princípio e um final, todas elas regidas por um princípio de causalidades. Mas, na realidade, existimos inscritos em sistemas auto-consistentes, repetindo situações e padrões de conduta que não percebemos como iguais ou análogos. A repetição se disfarça de diferença e o movimento cíclico se oculta atrás da aparente continuidade. Através dos exercícios da <strong style="border: 0px; font-family: inherit; font-style: inherit; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">dramaturgia atoral</strong>, o intérprete explora esta dialética entre o determinismo e a aleatoriedade, entre a necessidade e o acaso, entre os sistemas que nos sustentam e limitam, e a liberdade que podemos e devemos conquistar, descobrir, inventar. Deste processo investigativo e criativo poderá surgir, quem sabe, uma estética teatral, uma poética dramática e cênica e (por que não?) uma ética que nos conduza a mostrar o sensível como inteligível, a substância turbulenta e enigmática da existência humana como algo que reclama, uma e outra vez, poder ser traduzida em formas comunicáveis e em experiências compartilhadas.</div>
<div style="border: 0px; font-family: inherit; font-style: inherit; margin-bottom: 1.625em; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
José Sanches Sinisterra</div>
</blockquote>
<div style="border: 0px; color: #373737; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 24px; margin-bottom: 1.625em; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
do catálogo da peça <em style="border: 0px; font-family: inherit; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">Corte Seco</em>, dirigida por Christiane Jatahy</div>Caio Riscadohttp://www.blogger.com/profile/00506795009689852222noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4486096506806890787.post-8493658742328302772012-06-11T21:55:00.000-07:002012-06-11T21:55:37.434-07:00Anders Krisár<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhpXmZwJgt7a1n35MI5HBhqIZ_VQ2ElAGT5cXWycKeP7Fb_-77dH_NsjSARR9aZfnzeT2t61BwwgElMWyreD9pjwuo4tsMV2zpsL8_nb0NU7UpYSHY1QEtg3hrqMbsmou9NyjDkpYZRY40a/s1600/krisar01.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left:1em; margin-right:1em"><img border="0" height="218" width="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhpXmZwJgt7a1n35MI5HBhqIZ_VQ2ElAGT5cXWycKeP7Fb_-77dH_NsjSARR9aZfnzeT2t61BwwgElMWyreD9pjwuo4tsMV2zpsL8_nb0NU7UpYSHY1QEtg3hrqMbsmou9NyjDkpYZRY40a/s400/krisar01.jpeg" /></a>
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhb9Jrk2wy6MxlcgVvP0lo6AA2HsfSZrSGYsIJmDm10DypjjgkDP2Yy_kmnvqvIvGlGWolkhGIVs_CON_aN2G6FbmpRw8-Q-3zPQuf7WdbpK1csWN_RxXSz7gxcoFoO6OWgJ0oL9D2T84nE/s1600/krisar02.png" imageanchor="1" style="margin-left:1em; margin-right:1em"><img border="0" height="270" width="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhb9Jrk2wy6MxlcgVvP0lo6AA2HsfSZrSGYsIJmDm10DypjjgkDP2Yy_kmnvqvIvGlGWolkhGIVs_CON_aN2G6FbmpRw8-Q-3zPQuf7WdbpK1csWN_RxXSz7gxcoFoO6OWgJ0oL9D2T84nE/s400/krisar02.png" /></a>Lucas Canavarrohttp://www.blogger.com/profile/03179194080537792180noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4486096506806890787.post-88810653361595037612012-06-11T21:45:00.002-07:002012-06-11T21:45:32.286-07:00Jamie Isenstein<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjvPJaS9u4AZoM1Mo1l9GwluHJ2O4TDzi1Qyeq7vERAm4Qg3mYSfWA3h23_zb6bA93pr6GmvMkshixvKGPcoZFTr9azqf_jnSTyOyBglwypXR3om2lEUidP2yZwS6xYW8_Ffbpgp6UO6un8/s1600/Arm-Chair-by-Jamie-Isenstein.jpg" imageanchor="1" style="margin-left:1em; margin-right:1em"><img border="0" height="297" width="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjvPJaS9u4AZoM1Mo1l9GwluHJ2O4TDzi1Qyeq7vERAm4Qg3mYSfWA3h23_zb6bA93pr6GmvMkshixvKGPcoZFTr9azqf_jnSTyOyBglwypXR3om2lEUidP2yZwS6xYW8_Ffbpgp6UO6un8/s400/Arm-Chair-by-Jamie-Isenstein.jpg" /></a>Lucas Canavarrohttp://www.blogger.com/profile/03179194080537792180noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4486096506806890787.post-47225689910489526792012-06-10T20:32:00.000-07:002012-06-10T20:33:11.795-07:00The Rabbit and the Skin Horse<br />
"What is REAL?" asked the Rabbit one day, when they were lying side by side near the nursery fender, before Nana came to tidy the room. "Does it mean having things that buzz inside you and a stick-out handle?"<br />
<br />
"Real isn't how you are made," said the Skin Horse. "It's a thing that happens to you. When a child loves you for a long, long time, not just to play with, but REALLY loves you, then you become Real."<br />
<br />
"Does it hurt?" asked the Rabbit.<br />
<br />
"Sometimes," said the Skin Horse, for he was always truthful. "When you are Real you don't mind being hurt."<br />
<br />
"Does it happen all at once, like being wound up," he asked, "or bit by bit?"<br />
<br />
"It doesn't happen all at once," said the Skin Horse. "You become. It takes a long time. That's why it doesn't happen often to people who break easily, or have sharp edges, or who have to be carefully kept. Generally, by the time you are Real, most of your hair has been loved off, and your eyes drop out and you get loose in the joints and very shabby. But these things don't matter at all, because once you are Real you can't be ugly, except to people who don't understand."<br />
<br />
----<br />
<br />
E o Coelho de pelucia perguntava: O que é ser real? É ser feito de engrenagens e coisas que vibram e apitam?<br />
<br />
'Real não é do que você é feito' disse o Cavalinho 'É uma coisa que simplesmente acontece. Quando uma criança te ama por muito, muito tempo, não apenas para brincar com você, mas realmente te ama, então você se torna real'<br />
<br />
'E dói?' perguntou o Coelho<br />
<br />
'As vezes' respondeu o Cavalinho, pois ele era sempre sincero. 'Quando você é Real, você não se importa com a dor'<br />
<br />
'Acontece de uma vez ou é aos poucos?'<br />
<br />
'Não acontece de uma vez. Você vai se tornando. Demora muito tempo. É por isso que dificilmente acontece com aqueles que quebram facilmente, ou que tem pontas afiadas, ou que precisam de cuidados especiais. Geralmente, quando você se torna Real, seu cabelo já caiu, seus olhos não enxergam, suas juntas já não funcionam mais e você está todo gasto. Mas essas coisas não importam, porque uma vez que você é Real, você não pode ser feio, a não ser para as pessoas que não entendem"<br />
<br />
<br />
Tradução livre por mim.<br />
<br />
Quem quiser ler um ótimo texto (acho que é um livro todo) infantil sobre brinquedos e o que é ser real: http://digital.library.upenn.edu/women/williams/rabbit/rabbit.html THE VELVETEEN RABBITRenata Furtadohttp://www.blogger.com/profile/00566710826303164421noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4486096506806890787.post-63902624049764281012012-06-04T20:19:00.003-07:002012-06-04T20:19:21.965-07:00Forest<iframe width="560" height="315" src="http://www.youtube.com/embed/JQyLbjfIPco" frameborder="0" allowfullscreen></iframe>Lucas Canavarrohttp://www.blogger.com/profile/03179194080537792180noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4486096506806890787.post-85693389847267664822012-06-04T16:52:00.002-07:002012-06-04T16:52:58.361-07:00Você trocaria um amor por um Ipad?Natália Araujohttp://www.blogger.com/profile/11565822549257717046noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4486096506806890787.post-78389018096588169262012-06-01T06:08:00.001-07:002012-06-01T06:10:49.415-07:00Parede de bola de sabão!Incrível!!!<br />
<br />
<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="270" src="http://www.youtube.com/embed/GZVSEUsFgvs?fs=1" width="480"></iframe><br />
<br />
<a href="http://nickyassmann.net/">http://nickyassmann.net/</a>Natália Araujohttp://www.blogger.com/profile/11565822549257717046noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4486096506806890787.post-59621409033836855122012-05-31T14:47:00.001-07:002012-05-31T14:47:52.151-07:00Helmut Newton<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgqm55izdyKZyYGHytNr8tHtBDGO0tMqo993dG5G_7v3EybKD49CH15ltJn8y4jfPiom-2USDPHK7OhuOP_EGQUkZuDTyhYyiOKLvOJMG5PwuHFlrRAbzmNdwFJMhgnVE-PiyFeJKdn6-6x/s1600/the+naked+and+the+nude_helmut_newton.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgqm55izdyKZyYGHytNr8tHtBDGO0tMqo993dG5G_7v3EybKD49CH15ltJn8y4jfPiom-2USDPHK7OhuOP_EGQUkZuDTyhYyiOKLvOJMG5PwuHFlrRAbzmNdwFJMhgnVE-PiyFeJKdn6-6x/s320/the+naked+and+the+nude_helmut_newton.jpg" width="205" /></a></div>
<br />Natália Araujohttp://www.blogger.com/profile/11565822549257717046noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4486096506806890787.post-6465161035629073102012-05-31T14:32:00.000-07:002012-05-31T14:50:15.542-07:00Já que estamos falando de pulga...<span class="Apple-style-span" style="color: #222222; font-family: 'Helvetica Neue', Arial, Helvetica, sans-serif, Arial, sans-serif; font-size: 12px; font-weight: 300; line-height: 16px;"></span><br />
<h2 style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 5px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 5px;">
<a href="http://entulho.tumblr.com/post/17690446398/o-piolho" style="color: #222222; font-size: 18px; line-height: 20px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-decoration: none;">o piolho</a></h2>
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 5px;">
</div>
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 5px;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 5px;">
<span style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">o piolho numa folha de papel é um ponto (ponto).</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 5px;">
<span style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">na cabeça é uma serra-elétrica.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 5px;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 5px;">
<span style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">a esteira é ergométrica e o piolho anda quando eu ando.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 5px;">
<span style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">sinto falta dos piolhos da infância e corto o cabelo curto.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 5px;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 5px;">
<span style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">estou sempre em curto. Curto isso.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 5px;">
<span style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">estes seres abjetos (objetos abjetos) têm que viver (interrogação)?</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 5px;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 5px;">
<span style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">talvez seja um deles ou venha a ser já que não faço nada.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 5px;">
<span style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">como uma empada e arroto Coca. Deus é um piolho na toca.</span><br />
<span style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;"><br /></span><br />
<span style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">(<i>Rodrigo de Souza Leão</i>)</span></div>Natália Araujohttp://www.blogger.com/profile/11565822549257717046noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4486096506806890787.post-90062032758722107672012-05-30T18:24:00.000-07:002012-05-30T18:24:40.710-07:00Para refletir com Grotowski:"Porque<span style="background-color: yellow;"> criatividade</span> é antes de tudo <span style="background-color: yellow;">descobrir o que não se conhece</span>. É este o motivo-chave por que são necessárias as companhias. Elas dão a possibilidade de<span style="background-color: yellow;"> renovar</span> as descobertas artísticas" (p.227)<br />
<br />
"Os ensaios não são apenas a preparação para a estreia do espetáculo, são para o <span style="background-color: yellow;">ator</span> um terreno em que <span style="background-color: yellow;">descobrir a si mesmo, as suas capacidades, as possibilidades de ultrapassar os seus próprios limites</span>" (p.229)<br />
<br />
"O ator deve antes procurar<span style="background-color: yellow;"> libertar-se</span> da dependência com relação ao espectador, se não quiser perder a sua própria <span style="background-color: yellow;">criatividade</span>" (p.234)<br />
<br />
<br />
Da Companhia Teatral a Arte como Veículo - texto de Jerzy Grotowski em: FLASZEN, Ludwik e POLLASTRELLI, Carla (org.). O Teatro Laboratório de Jerzy Grotowski 1959-19699. São Paulo: Fondazione Pontedera Teatro/Edições SESCSP/Perspectiva, 2007 [1989/1990]Caio Riscadohttp://www.blogger.com/profile/00506795009689852222noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4486096506806890787.post-37726258474105166362012-05-30T01:11:00.002-07:002012-05-30T01:12:20.970-07:00Pedido de Casamento<a href="http://www.cortissa.com.br/2012/05/o-pedido-de-casamento-mais-original-de.html">http://www.cortissa.com.br/2012/05/o-pedido-de-casamento-mais-original-de.html</a>Gunnar Borgeshttp://www.blogger.com/profile/11504809476394172411noreply@blogger.com3