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terça-feira, 22 de maio de 2012

Para refletir sobre # 2: para todos:


“Trata-se de tomar todos os códigos da cultura, todas as formas concretas da vida cotidiana, todas as obras do patrimônio mundial, e colocá-los em funcionamento. Aprender a usar as formas, como nos convidam os artistas que serão aqui abordados, é, em primeiro lugar, saber tomar posse delas e habitá-las” (p.14)

“Essa cultura do uso implica uma profunda transformação no estatuto da obra de arte. Ultrapassando seu papel tradicional como receptáculo da visão do artista, agora ela funciona como um agente ativo, uma distribuição, um enredo resumido, uma grade que dispõe de autonomia e materialidade em diversos graus, como uma forma que pode variar da simples ideia até a escultura ou o quadro” (p.17)

“De fato, a apropriação é a primeira fase da pós-produção: não se trata mais de fabricar um objeto, mas de escolher entre os objetos existentes e utilizar ou modificar o item escolhido segundo uma intenção específica” (p.22)

“... a arte, ao tentar romper a lógica do espetáculo, restitui-nos o mundo como experiência a ser vivida” (p.32)

“Assim a arte contemporânea apresenta-se como uma mesa de montagem alternativa que perturba, reorganiza ou insere as formas sociais em enredos originais. O artista desprograma para reprogramar, sugerindo que existem outros usos possíveis das técnicas e ferramentas à nossa disposição” (p.84)




BOURRIAUD, Nicolas. Pós-produção - Como a Arte Reprograma o Mundo Contemporâneo. São Paulo: Martins Fontes: 2009.

quarta-feira, 16 de maio de 2012

Para refletir sobre: para todos:

“O sujeito radicante apresenta-se, assim,como uma construção, uma montagem: e, em outras palavras, uma obra, nascida de uma negociação infinita” (p.54)

“Isso pode signifcar também o traçado de uma errância calculada...” (p.55)

“A errância, na função de princípio formal de composição, remete a uma concepção do espaço-tempo que se inscreve contra a linearidade e, ao mesmo tempo, contra a planeza” (p.101)


“Para designar a nova figura do artista, forjei o termo semionauta: o criador de percursos dentro de uma paisagem de signos. Habitantes de um mundo fragmentado, no qual os objetos e as formas saem do leito de sua cultura orginal e vão se disseminar no espaço global, eles ou elas erram em busca de conexões a ser estabelecidas. Indígenas de um território sem limites a priori, encontram-se na posição do caçador coletor de outrora, do nômade que produz seu universo percorrendo incansavelmente o espaço” (p.102)

“...a obra de arte não é mais um objeto “terminal”, e sim um mero instante em uma cadeia, o ponto de acolchoamento que amarra, com maior ou menos firmeza, os diferentes episódios de uma trajetória.” (p.106)

“A forma-trajeto defini-se primeiramente pelo excesso de informações, que obriga o espectador a entrar em certa dinâmica e construir um percurso pessoal” (p.117)

“A forma-trajeto, mesmo que expresse uma trajetória, põe em crise a linearidade ao injetar tempo no espaço e espaço no tempo” (p.122)

“Lógica das conexões: nessas obras, cada elemento utilizado vale por sua capacidade de modificar a forma do outro” (p.138)


Bourriaud, Nicolas. Radicante, por uma estética da globalização. São Paulo: Martins Fontes, 2011.