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terça-feira, 10 de abril de 2012

e você não percebeu.

- sabe o que eu tava pensando?
- o quê?
- o relógio da cozinha. ele parou.
- por quê? tá sem pilha?
- não. tá parado há dois anos.

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Trechos de "A experiência do Fora" de Tatiana Salem Levy

"É justamente em seu uso literário que a linguagem revela sua essência: o poder de criar, fundar um mundo"(p.20).

"Enquanto a linguagem comum procura, a partir de um sentido abstrato, nos dar as coisas concretas, a linguagem literária cria um mundo próprio de coisas concretas e, exatamente por isso, não remete a algo exterior a ela. Sua realização só é possível em si mesma. É possível afirmar assim, com Blanchot, que a literatura pode constituir "uma experiência que, ilusória ou não, aparece como meio de descoberta e de um esforço, não para expressar o que sabemos, mas para sentir o que não sabemos". (p.21).

"Tudo se passa como se estivéssemos em presença da verdade, mas essa presença não chega a acontecer de fato. É justamente essa impossibilidade essencial que determina a possibilidade da literatura." (p.22).

"A arte procura sempre sua própria destruição, a negação de si mesma, mas é nesse movimento que ela termina por se fundar, garantindo sua eternidade"(p.22).

"Pode-se afirmar portanto que, para Blanchot, a literatura constitui esse eterno esforço para o irrealizável. Além disso, ela tem a impossibilidade como base de sua possibilidade. (...). O esforço da literatura se dá no sentido de se tornar a realização de uma irrealização."(p.22).

"A palavra literária só encontra seu ser quando reflete o não ser do mundo, só se realiza em sua própria falta e, justamente por isso, faz dessa falta a sua possibilidade."(p.23).

"A literatura não é uma explicação do mundo, mas a possibilidade de vivenciar o outro do mundo." (p.27).

"Como realização do impossível, a literatura liberta o pensamento do modo do poder e da compreensão apropriadora. A impossibilidade revela o pensamento segundo uma medida diferente da do poder." (p.30).

OBS: Acredito que essas passagens podem ajudar no esclarecimento do que conversamos no último ensaio. São fragmentos bem diretos sobre a questão da realização (possibilidade) da arte pela sua natural condição de irrealizável (impossibilidade). É neste movimento, de tornar o impossível possível, ou seja, pela impossibilidade que ela se dá. 




segunda-feira, 19 de março de 2012

Depois desse dia.


Num apartamento perdido na cidade,
Alguém está tentando acreditar
Que as coisas vão melhorar ultimamente.
A gente não consegue
Ficar indiferente debaixo desse céu
No meu apartamento
Você não sabe o quanto voei,
O quanto me aproximei de lá da Terra
Num apartamento perdido na cidade,
Alguém está tentando acreditar
Que as coisas vão melhorar ultimamente.
No meu apartamento
Você não sabe quanto voei,
O quanto me aproximei de lá da Terra
As luzes da cidade não chegam as estrelas sem antes me buscar.
Na medida do impossível tá dando pra se viver.
Na cidade de São Paulo, o amor é imprevisível
Como você e eu e o céu.
Num apartamento perdido na cidade
Alguém está tentando acreditar
Que as coisas vão melhorar ultimamente
A gente não consegue
Ficar indiferente debaixo desse céu.
No meu apartamento
Você não sabe o quanto voei
O quanto me aproximei de lá da Terra, não.
As luzes da cidade não chegam as estrelas sem antes me buscar.
Na medida do impossível tá dando pra se viver
Na cidade de são paulo, o amor é imprevisível
Como você e eu e o céu
Lá vou eu - Zélia Duncan