
Mostrando postagens com marcador tentativa. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador tentativa. Mostrar todas as postagens
terça-feira, 17 de abril de 2012
segunda-feira, 2 de abril de 2012
Um olhar sobre a cidade:
terça-feira, 27 de março de 2012
Em busca de uma base
Casal.Corpo.Relação.Dinheiro.Poder.Desespero.Abandono.Solidão.
Ausência.Competição.Disputa.Quebra.Ascensão.Dominação.Dor.
Saudade.Fracasso.Exposição.Falência.Perda.Carência.Vencedor.
Construção.Obsessão.Vazio.Convívio.Distância.Acaso.Encontro.Tátil
filtro das palavras de hoje.
terça-feira, 13 de março de 2012
Eu parei para pensar nisso aqui # 2
Sobre o início. Levar todos para o chão, no momento, não funciona. Me parece cedo demais, sujo demais e bruto demais. Uma pena. Uma imagem com um potencial enorme...Bom, podemos encontrar depois um espaço para ela. Um espaço que a receba melhor....de forma mais harmônica. OI? Quem falou em harmonia? Risos e esqueçam essa palavrinha.
No movimento de abandonar esta ideia de tentativa, o que mais me dói é a perda do recurso da repetição. Ou seja, como excluímos essa imagem (movimento) e continuamos a expor ao espectador um novo início, a retomada de um ciclo ou coisa parecida? No caminho para casa, conversando com a Su, me veio uma ideia. A ideia de deslocarmos a utilização do recurso da repetição para depois do prólogo.
Informo: entendo como prólogo neste texto a dancinha do Rafa e o lamento da Aline. Só até aí.
Volto. Se tiramos a repetição do prólogo e a transferimos para o que vem depois dele, ganhamos uma nova saída para o que venho propondo, ao mesmo tempo, que não abandonamos o recurso. Explico. Todos entram , se posicionam e o Rafa tenta nos convencer, enquanto espectadores, do texto que diz. Tenta nos convencer de alguma realidade possível, da existência de personagens e pequenos dramas que podem, ou não, ganhar espaço e visão ao longo da narrativa. Vamos ouvindo e tentando entender, juntamos sexo com faca, beijo com salame, aqui com vazio, medo com letra, vamos indo...tentando. Fim do texto do Rafa. Troca 1. Se depois da troca 1, um outro ator ocupa o lugar do Rafa com um novo texto e, mais uma vez, tentar nos convencer de uma realidade ficcional, ganhamos no recurso e também no desenvolvimento da narrativa. Este outro ator pode trazer um texto que desminta, sublinhe ou reconfigure as imagens sugeridas pelas palavras ditas pelo Rafa. Em nova formação espacial, somos convidados a navegar neste grande emaranhado de histórias possíveis. Pequenas vitrines. Neste momento, a visão que temos dos micro-movimentos já pode ser outra...precisamos entender de que forma. De que forma? Na velocidade, na duração, na qualidade, na repetição ou no acréscimo de outra micro-informação? Essa nova forma, atrelada ao novo texto, intensifica o trabalho dos espectadores que precisam trabalhar junto com a obra. Juntar as peças. Até este dado momento, a encenação é linear, clara. Mas o seu entendimento pode não ser. Talvez, mais do que como imagem imposta ou recurso de exposição dramática, o fragmento surja como necessidade interpretativa da parte de quem olha, assiste. Se somos um, e neste um somos capazes de ser cento e um, não estamos desconstruindo, ainda, nada. Estamos, através de uma lente de aumento, redimensionando partes, detalhes escolhas. Não sei...mas me parece que devemos tentar.
Essa tentativa pode gerar um futuro interessante para este jogo inicial. Pensando que a cada troca, um novo narrador surge, quando o jogo se esgota? Quando - do texto - resta apenas uma palavra? Quando as informações se juntam e tcham começa daqui, outro dali e seguimos em frente? Vamos arriscar?
Observações:
- estou em busca de um novo texto que se assemelhe com o do Pavlovsky. Nem muito aberto, nem muito fechado. Com a aparição de pessoas, pequenos causos e, quem sabe até, confissões. Ou isso já sou eu também tentando compreender as palavras deste gênio argentino. Quem puder ajudar...por favor.
- me ocorreu que da vertical podemos ir ao solo no comando do dominador e do dominado. Solução super simples, mas se bem inserida, com um potencial dramático super interessante. Talvez, seja este um caminho.
- caminho: material zero. um lamento. tudo dói. tudo chora. são pessoas. seres humanos. são falências, amores perdidos, desencontros para novos encontros. são cidades, pinos, alegorias. são repetições de um mesmo tema, um mesmo dilema. são porcos, sujos, que se atropelam, se julgam e, sem saber, se desgastam. disputam. dominam o outro. sobem em cima. quem manda aqui? discutem, interrogam, brigam. são animais. humanimais. coice, touro, coice, banda, coice, árvore. depois se lavam. não porque ainda se amam, mas porque não podem ir embora com o corpo carregado, culpado. é um fato. é real.
Marcadores:
Aline,
Caio,
comentários,
considerações,
encenação,
ensaio,
ferramenta,
lamento,
Pavlovsky,
prólogo,
Rafael,
repetição,
tentativa,
texto
quarta-feira, 7 de março de 2012
Eu parei para pensar nisso aqui.
A ideia de usar a "dancinha" do Rafa como prólogo do espetáculo me atravessou hoje no percurso de casa para o ensaio. Experimentar a ideia foi bastante interessante... Eu diria fascinante. Escrevo para tentar compreender melhor o que ela inaugura e também para dividir com vocês os meus pensamentos. A "dancinha" enquanto abertura se manifesta como algo que eu poderia classificar como nível zero. Ou seja, ela abre espaço para que qualquer tipo de informação ou material sejam apresentados depois. Ela é o drama neutro que abre as portas para novos e interligados dramas sujos. Ela namora, critica, brinca com o corpo e com o espaço na suavidade de um deboche que é físico. Ela esboça, com crueldade e um ótimo uso do corpo e do tempo, as qualidades: duração, repetição, esforço, precisão e refinamento. Ela, ao mesmo tempo que recebe, também distancia o espectador da obra, faz com que ele se interrogue sobre o que virá depois. Faz com que ele se pergunte, assim como eu venho me perguntando: sobre o que e sobre quem este espetáculo fala? Então, leio a "dancinha" como um lugar poético para a fuga cotidiana, para o desbravamento do corpo em seu limite e suor, para a fuga das relações cansadas e da estranheza que é ser um ser casal; como uma espécie de espelho social, uma viagem do micro ao macro, o caminho das pedras a ser percorrido por todos os corpos que, logo em seguida, serão apresentados. Leio como quem lê um romance longo, faz uma viagem para Lisboa ou toma um bom café da manhã. Como quando preparamos o espectador para despertar, para acordar o corpo, abrir os olhos e atentar a escuta para os mínimos detalhes. Os olhos que se movem, a boca que esboça palavras ou números, as mãos que dedilham, os cotovelos que brincam no ar de ir e voltar. Gosto da "dancinha" em razão de sua pureza urbana e nada bucólica. Por ora penso em treino de dança, bailarinos em movimento que tentam atingir a perfeição na execução de um gesto banal. Como é difícil presentar o cotidiano, a ação básica de mover-se no dia a dia. Depois penso no corpo-máquina, no homem-bomba, no cansaço dos operários na repetição diária do trabalho mal pago. Aí penso nas relações de poder, na flexibilização delas, nas lacunas que deixam abertas e que precisamos ocupar. Penso ainda nas verdadeiras empresas que são os relacionamentos afetivos, na manutenção do bem-amado, do bem-querer. É bom o bem-casado? Você trouxe o que eu te pedi - ele pergunta e ela dança. Rio alto. Na verdade, tenho medo de rir. Tem graça ver alguém cansado? Me questiono. Questiono a obra e seu lugar. Depois dela, da "dancinha" alguém entra e, de costas, canta uma música. Essa música então ressignifica tudo. Ou melhor, ela tenta. Tenta por ordem no recinto, trazer sentido e razão para todo aquele alvoroço contido que, inicialmente, foi apresentado. A música embala o Rafa que, inconscientemente, micro-muda a qualidade de seus movimentos. Agora eu não sei mais quem dança... É ele quem comanda a música ou por ela é comandado? Quem ali, no auge daquela dor, canta para quem? Quem teria coragem de denunciar: FOCO, SUPORTE. Não sei. Este não-saber me alegra, prossigo vivo, questionando o espaço, tudo e todos. Todos entram. Aí, acabou chorare, mas não ficou tudo lindo. É pior, é grave. São mais pessoas, mais gente, mais povo, mais corpos e mais cabeças. Tudo Dói, Caetano batizou uma canção com este nome e, em seguida, lhe deu de presente para a Gal.
Assinar:
Postagens (Atom)