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quinta-feira, 29 de março de 2012

Com crise, prostitutas de luxo se recusam a fazer sexo com banqueiros

GAROTAS DE PROGRAMA DE MADRI DIZEM QUE “GREVE” SÓ ACABARÁ QUANDO INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS OFERECEREM LINHAS DE CRÉDITO MAIORES PARA FAMÍLIAS CARENTES E EMPRESAS

Prostitutas de luxo de Madri estão decretando greve de sexo aos seus clientes banqueiros, reportou nesta terça-feira (27/03) o tablóide britânico Daily Mail. Elas pedem para que os funcionários das instituições financeiras abram linhas de crédito para oferecer a famílias carentes e empresas à beira da falência.

A Espanha enfrenta atualmente uma de suas piores crises econômicas, com as taxas de desemprego atingindo 23%. Com as incertezas sobre o mercado de trabalho e pouco dinheiro circulando no país, os bancos diminuem a oferta de crédito a seus clientes.

As garotas de programa dizem que a paralisação continuará até que os banqueiros “cumpram suas responsabilidades sociais” e comecem a oferecer empréstimos maiores à população. “Nós somos as únicas com capacidade real de pressionar o setor”, disse a principal associação de prostituição do país.

Segundo o tablóide, os banqueiros têm tentado contornar o protesto, dizendo que são arquitetos ou engenheiros às prostitutas, mas a tentativa não tem funcionado. Os executivos dos bancos até já acionaram o governo para tentar mediar o assunto.

Para a prostituta conhecida como AnaMG, a paralisação não deve durar muito. “Estamos em greve há três dias e eu não acho que eles agüentem mais tempo”, disse. Ela conta que a ideia veio de Lucia, uma das mulheres da associação, que disse que só faria sexo com o funcionário de um banco se ele concedesse um empréstimo a um conhecido.

A greve de sexo das prostitutas de Madri vem em um momento em que toda a Espanha se prepara para iniciar uma greve geral, marcada para esta quinta-feira. Os trabalhadores protestam contra o elevado grau de desemprego no país e pedem mudanças nas leis trabalhistas – que tornam mais barato para as empresas despedirem seus empregados.

http://epocanegocios.globo.com/Informacao/Acao/noticia/2012/03/com-crise-prostitutas-de-luxo-de-se-recusam-fazer-sexo-com-banqueiros.html

segunda-feira, 12 de março de 2012

Sugestão de texto para o Rafa #2

"A única coisa que a admiro é a intensidade do desespero o momento mais sublime... (...) penso não se dão conta da inutilidade dos gestos penso esse pobre homem parado com seu joelho direito dobrado e calcanhar na parede está assobiando vejo-o tocar seus genitais com dissimulação e penso o que irá fazer agora? caminha uns metros exatamente mais três abraça outro homem sem ter consciência do desespero do momento... (...) Conheço uma amiga que tem uma amiga que não pode ler porque tem medo do vazio entre as letras. Medo de cair... Creio que sim - cair pelo vazio das letras. Tem medo. Terminou empregando-se em uma delicatessen - cortava salame com uma faca grossa. Ficava aliviada ao sentir a densidade do salame cortado por uma faca grossa - Um dia o dono da delicatessen lhe disse que ia ser mais fácil para ela cortar o salame em rodelas na máquina. Mas então o salame cortado na máquina caía rápido demais - sentia que ela caía no vazio toda vez que a máquina cortava as rodelas de salame. (...) Estamos todos tão grudados e imprensados que outro dia ao abrir um refrigerante dei uma cotovelada no senhor que estava ao lado foi ultra incômodo porque deixei seu olho preto. Conto os dias e voltamos isto é infernal e todos contentes! Um cara me fez uma pergunta que conservo em minha memória por ser a única coisa falada entre nós me perguntou se aqui tinha chovido de manhã. Nunca soube o que queria dizer com aqui. Se ele se referia ao meu pequeno espaço de minhas intimidades, ou talvez se referia a algum território mais amplo que já não posso reconhecer - mas que talvez ele imaginasse perto de mim. Não creio - não sei - que ele estivesse se referindo a cidades ou localidades que há tempo não fazem parte de meu mundo - ou de meu interesse. Eu só posso falar de mim. (...) Nós nos demos um beijo intenso - com a intensidade de outras épocas milenárias - minha língua recobrava sensibilidades perdidas - às vezes as línguas envelhecem também - e vão perdendo a sensibilidade - ficam senis - não perdem nem poder nem força mas sensibilidade beija-se o que for. (...) Ouviu alguém dizer que isto não podia continuar assim -  tinha que parar a coisa - impor ordem - um pouco de ordem. Você me disse algo que não entendi mas que lembro... "


A Morte de Marguerite Duras, de Eduardo Pavlovsky

ps: boa parte desta dramaturgia do Pavlovsky não trabalha com a pontuação ''correta''. Mantive os trechos selecionados como no original.

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Metal Redondo e Papel Forte

Trecho da peça "Xambudo (outro lugar nenhum)" de Aderbal Freire Filho.

A/ Meus amantes. Esta noite dormirei com aquele que decifrar o enigma da globalização. O homem que deixou de construir sua casa, sua roupa, deixou de fazer sua comida, e que se isolou na pequena coisa que sabe fazer ou quer fazer ou pode fazer, agora cria um sistema para juntar todos a seu serviço. E diz que esse é o único sistema. Quer que todos acreditem nele e não admite que ninguém negue essa verdade de merda. Quando Copérnico disse que a terra girava em volta do sol e não o sol em volta da terra, Calvino gritou irritado: quem se atreve a colocar a palavra de Copérnico sobre a autoridade do Espírito Santo? E a autoridade do Espírito Santo não era nada. Muito menos a do novo deus desse sistema que quer ser definitivo. Que deus é esse? Um ou outro economista de merda, perdido e confuso nas suas contas de chegar. Olhe para os pés dele. Você não vai ver os pés dele. Eu não confio em homem que esconde os pés. E eles, os economistas, escondem os pés sob camadas de peles finas e moles, depois umas peles grossas e duras em forma de canoas, que eles usam desde o nascer até o por do sol. Meus queridos amantes. Vou ler para vocês mais um capítulo do nosso evangelho do Grande Irmão Tuiavii de Tiavéa.
O Sermão dos Mares do Sul sobre o homem branco, chamado Papalagui; capítulo segundo, versículo primeiro. Do metal redondo e do papel forte.A verdadeira divindade do homem branco é o metal redondo e o papel forte que ele chama dinheiro. O dinheiro é o objeto do seu amor, o dinheiro é a sua divindade. Muitos homens brancos há cujas mãos se tornam aduncas e semelhantes às patas da grande formiga dos bosques, à força de manejarem a todo instante o metal e o papel. Muitos há que pelo dinheiro sacrificaram o riso, a honra, a consciência, a felicidade e até mesmo mulher e filhos. O dinheiro é de fato o Deus do papalagui, se a gente considerar Deus aquilo que mais se adora. Quem não tem dinheiro nenhum não pode matar a fome nem mitigar a sede, não encontrará esteira para a noite e será lançado no “fale pui pui” e se falará dele em muitos papéis. Por tudo tens que pagar. Até para nasceres tens que pagar e quando morreres a tua aiga tem que pagar pela tua morte, para poder depositar o teu corpo na terra e pela grande pedra que te põem sobre a tumba, em sinal de recordação. Atira uma peça de metal redondo na areia e verás as crianças precipitarem-se para apanhá-la. De onde vem o dinheiro? Basta que faças uma ação que eles chamam trabalho. “Trabalha e terás dinheiro”, diz uma lei moral dos papalaguis. Mas há uma grande injustiça e o papalagui não quer pensar nisso, pois nesse caso seria forçado a reconhecê-la. Nem todos aqueles que têm muito dinheiro trabalham muito. A coisa é assim: quando um branco tem dinheiro suficiente para a sua comida, para a sua cabana, para a sua esteira e algo mais ainda, manda logo o seu irmão trabalhar para ele, graças ao dinheiro que tem a mais. E quem tem muito dinheiro nada mais tem a fazer do que se deitar na esteira, beber “kava”, queimar seus rolos de fumo, e arrecadar o metal e o papel que outros, com seu trabalho, ganharam para ele. Dizem então os homens: é rico. Invejam-no, adulam-no e falam-lhe com palavras bonitas e escolhidas. Porque, no mundo dos brancos, a importância de um homem não é determinada nem pela sua bravura, nem pela sua coragem, nem pelo fulgor do seu espírito, mas sim pela quantidade de dinheiro que possui ou que é capaz de ganhar por dia. Amontoam o dinheiro que os outros ganharam para eles, o depositam num lugar be guardado e para aí vão carreando sempre mais, até que um dia já não precisam mandar os outros trabalhar para eles, trabalhando o próprio dinheiro no seu lugar. Nunca consegui perceber como isso era possível, sem haver magia negra; e, no entanto tudo se passa assim: o dinheiro multiplica-se como as folhas de uma árvore e o homem até quando dorme vai enriquecendo. E é por isso que eu não percebo por que é que aqueles que não têm muito metal redondo nem muito papel forte tanto se envergonham disso e tanto invejam o homem rico, em lugar de se considerarem, isso sim, dignos de inveja. De fato, assim como é de mau gosto um homem atravancar o peito com muitos colares de conchas, igualmente o será com o pesado fardo do dinheiro. Dificulta-lhes a liberdade de movimentos de que os seus membros necessitam. Palavras do profeta. Queridos amantes, a simplicidade do olhar do profeta esconde muita profundidade. Não é mais possível recuperar o paraíso longe do mundo do papalagui. Todos nós somos papalagui, todos somos homens brancos. Os negros, os amarelos, os mulatos, todos somos homens brancos. Mas se o evangelho Cristão Pornográfico não percebe como o papalagui faz o dinheiro trabalhar por ele sem magia negra, também nós não percebemos como os países ricos fazem os países pobres acreditarem que podem equiparar-se a eles segundo as leis do mercado global sem magia negra. A magia negra, queridos amantes, é a única explicação. Os mega-empresários, as bolsas de valores, o mercado futuro, os meios de comunicação utilizam-se da magia negra para dominar o mundo. É este o segredo da nova ordem mundial: a magia negra, a magia negra (entra em transe).

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Ser inteligente aumenta suas chances de falir

“O quão importante é a inteligência para o sucesso financeiro?”, avalia um estudo do pesquisador Jay L. Zagorsky, da Universidade Estadual de Ohio (EUA). A resposta, acredite, parece ser “não muito”. Analisando dados de uma pesquisa do governo, feita com mais de sete mil voluntários (cada um deles foi entrevistado 21 vezes ao longo da vida, entre 1979 e 2004), Zagorsky chegou a uma conclusão: “ser mais inteligente não confere qualquer vantagem em duas das três dimensões-chave de sucesso financeiro (patrimônio líquido, tendência a crises e renda)”, aponta.

 A terceira, renda, até pode sofrer certa influência da inteligência em algum ponto da vida (“um ponto a mais de QI pode representar um acréscimo de US$ 346 na renda anual“), mas o efeito, segundo o pesquisador, é fraco. “Na melhor das hipóteses, esse aumento no QI leva a um acréscimo de, no máximo, US$ 83 no patrimônio líquido” – mas é mais provável que o efeito seja zero. É, zero.

 E quando o papo é fugir da falência, o QI não é nada amigo. Pessoas com 140 de QI (a média geral da população, segundo o estudo, é 100) perdem datas de pagamentos e estouram o cartão de crédito com mais frequência do que os colegas de QI mais baixo. E tendem a falir em uma taxa (14,1%) assustadoramente próxima à das pessoas com pouco mais da metade de seu QI, na casa dos 80 (15,2%). “A pesquisa não traz dados para explicar por que isso ocorre”, diz Zagorsky, mas ele oferece algumas possíveis explicações: os mais inteligentes podem ser mais ocupados e darem menos foco a rotinas simples como pagar contas, ou então podem achar que são espertos o suficiente para correr riscos financeiros (como estourar o cartão e não economizar dinheiro) sem se darem mal.

Lenda Carioca- o homem que soube morrer


“Se me oferecessem 1 bilhão de dólares para trabalhar das dez da manhã às dez da noite, eu preferiria ficar pobre.”

Jorginho Guinle

Jorginho Guinle morre no Rio

Ao saber que estava com um aneurisma na aorta abdominal, o maior playboy brasileiro pediu para deixar o hospital e foi morrer no Copacabana Palace.

   Morreu às 4h30 da manhã, aos 88 anos, Jorginho Guinle, no hotel Copacabana Palace, no Rio de Janeiro, onde estava hospedado desde ontem (Sexta-feira, 5 de Março de 2004). Ele foi internado na sexta-feita, num hospital em Ipanema, com aneurisma na aorta abdominal, que estava em expansão. Morrer no hotel foi o último desejo daquele que era considerado o último playboy brasileiro. Para deixar o hospital Guinleo assinou um termo de responsabilidade se recusando a ser submetido a uma cirurgia. Guinle vinha da família responsável pela construção do Hotel Copacabana Palace, um dos mais luxuosos do Rio de Janeiro.

Além de ter sido um dos playboys mais famosos da história, Jorginho era um grande estudioso de jazz e, em 1953, publicou Jazz Panorama, o primeiro livro sobre jazz escrito no Brasil. Reeditado pela José Olympio, o livro está nas livrarias. Anos depois, em 1997, publicou Um século de boa vida, contendo suas memórias, mas está esgotado.

Em vida, ele se gabava de ter seduzido as atrizes Marilyn Monroe, Rita Hayworth, Romy Schneider.

Ao morrer, ele estava acompanhado de enfermeiros e funcionários, e morreu dormindo. O corpo será velado no cemitério São João Batista, em Botafogo, Zona Sul do Rio de Janeiro, onde será enterrado.

Jorginho Guinle morreu na suíte 153, que foi cedida a ele pelo hotel, atendendo ao seu último desejo. Durante muito tempo Jorginho morou no Copacabana Palace.


Símbolo do playboy culto, requintado e bem relacionado - O ex-milionário Jorginho Guinle foi um símbolo do refinamento e um dos primeiros divulgadores do Rio no exterior. O homem mais incensado pela sociedade carioca, especialmente nas décadas de 30, 40 e 50, calculava ter gasto cerca de US$ 20 milhões em viagens, festas e presentes para belas mulheres e para as atrizes mais cobiçadas de Hollywood. Era considerado um playboy na melhor essência do termo, ou seja, um homem culto, requintado, bem relacionado e que se orgulhava de nunca ter trabalhado na vida.

No Copacabana Palace, hotel que o seu tio construiu, em 1923, e que freqüentava desde os 7 anos de idade, ele chegou por volta das 14 horas de quinta-feira, para sua última estadia. Foi recebido com flores e frutas e um milk-shake de baunilha com calda de caramelo,
especialidade que ele costumava pedir ao maitre Ronaldo. Foi hospedado em uma suíte de frente para a piscina, no anexo do hotel, cuja diária custa R$ 1.300,00.

Segundo a relações-públicas do hotel, Cláudia Fialho, amiga dele há 20 anos, Jorginho estava sem muito apetite. Ainda assim, almoçou estrogonofe de frango e depois comeu sorvete de framboesa. À noite, foi servido um chá, em louça inglesa. Ele assistiu a um documentário sobre o jazzista Benny Goodman e, mais tarde, à novela Chocolate com Pimenta. Ao sair do hospital e saber que ia para o hotel, disse: "agora eu vou para o céu. Vou para o Copacabana Palace".

O amigo Mariozinho de Oliveira contou que o amigo sabia que a morte estava próxima.
Os médicos disseram que a chance dele sobreviver à cirurgia era de apenas 1%. Ele estava muito mal. Sabia que ia morrer e queria morrer. Há dois meses, ele havia passado por uma operação de urgência para colocar uma prótese na aorta. Desde então, ele estava abatido, se alimentando e bebendo pouco, contou Mariozinho, que fazia parte do Clube dos Cafajestes, grupo de playboys dos anos 50 que reuniu nomes como João Saldanha, Fernando Lobo, Paulo Soledade e Carlinhos Niemeyer.

Seu primo Eduardo Guinle, disse que ele fez um trabalho fundamental: divulgou a
imagem do Rio no exterior.
O Jorge foi um dos grandes responsáveis pela internacionalização da cidade, pois viajava muito e convidava muitos artistas para vir aqui, disse ontem Guinle, observando que, com a morte do primo, morre também uma parte importante da cidade. Ele foi um dos últimos símbolos de charme, elegância e educação de um Rio mais tranqüilo, mais
civilizado. Ele amou o Rio tanto quanto as mulheres que teve
.

Eduardo contou que o fato de ter gasto toda a sua fortuna e viver, nos
últimos anos, de favor na casa de amigos não incomodou Jorginho. Ele nunca conjugou o verbo trabalhar. Mas isso não o incomodava. Tinha muitos amigos e continuava almoçando e jantando no Copacabana Palace, a convite da administração do hotel. Ele soube aproveitar muito bem a vida e teve uma vida tranqüila no final, contou, acrescentando que, atualmente, ele estava morando na casa da terceira mulher, Maria Helena Guinle, em Copacabana.

No ano passado, passou três meses hospedado na casa da socialite Ruth de Almeida Prado. Muito resfriada, ela não pôde ir ao enterro por causa do risco de uma pneumonia e falou pouco sobre o amigo.
Ele já dizia que preferia morrer. Por isso não quis operar. Acho que para ele foi a melhor solução, pois os riscos eram muito grandes. Além disso, tem uma hora que você já está cansado mesmo. Ele adorava muito a vida, mas não tinha nada contra a morte, revelou ontem Ruth.

Ele contava com a solidariedade também de Olavo Monteiro de Carvalho, do grupo Monteiro Aranha.



A família Monteiro de Carvalho perde um grande amigo, o mais antigo e próximo de meu tio Baby. E com ele se perde uma das últimas lembranças da vida do Rio como uma capital internacional do charme, da classe e do glamour que ele ajudava a promover em torno do Copacabana Palace, do Cassino da Urca e de toda vida cultural e artística da cidade de sua época, disse Carvalho.





Em Copacabana, no século passado, Jorge Guinle herdou dos pais US$ 100 milhões, o que, naquela época, corresponderia a, hoje, US$ 2 bilhões.


Conseguiu ficar pobre, sem um tostão. Mas gastou tudo numa vida ótima, uma badalação ininterrupta de festas luxuosas, viagens pelo mundo, presentes e mulheres fabulosas.


Sobre a fortuna que herdou, Jorginho admitiu que não soube administrar bem.


“Não imaginava que viveria tanto. Daí, calculei mal e o dinheiro acabou antes da hora.”

Quando morreu, ganhou a primeira página do New York Times.



domingo, 29 de janeiro de 2012

Quebrou.




A norte-americana Kodak, gigante e pioneira mundial da fotografia de massas há mais de 100 anos, anunciou nesta quinta-feira que declarou falência junto de um tribunal de Nova Iorque para se poder reestruturar.

A sofrer com a mudança maciça dos consumidores para a fotografia digital, a empresa diz que este pedido de falência, que lhe dará protecção face aos credores, visa a obtenção de liquidez nos EUA e no estrangeiro para rentabilizar a propriedade intelectual não estratégica, resolver o passivo e, assim, permitir à empresa que se concentre nas linhas de negócio mais valiosas. (ou seja, declarar falência não significa parar com as atividades. Não é necessariamente o fim mas é, sim, um meio de manter a sobrevida).

O pedido de falência não abrange as subsidiárias fora dos EUA, que vão continuar a honrar todas as obrigações, segundo se lê no comunicado que a empresa publicou no site. A empresa espera pagar salários nos EUA e manter os serviços aos consumidores.

A Kodak tem estado com dificuldades financeiras crescentes, foi ameaçada de expulsão da Bolsa de Nova Iorque devido à brutal queda do valor das acções e obteve agora uma linha de crédito de 950 milhões de dólares, a ano e meio, do Citigroup.

“A Kodak está a dar um passo significativo para completar a sua transformação”, disse o presidente executivo, Antonio M. Perez, citado no mesmo comunicado.

O mesmo responsável realçou que o Capítulo 11 da Lei de Falências dos EUA, a que a empresa recorreu, lhe dá “as melhores oportunidades para maximizar valor em duas partes críticas” da sua tecnologia: “as patentes de captura digital, que são essenciais para uma vasta gama de aparelhos móveis e outros aparelhos de electrónica de consumo”, e as tecnologias de impressão e armazenamento de imagem, “que dão à Kodak uma vantagem competitiva” no crescente negócio digital.

Mas a empresa tem sido criticada justamente por, há cerca de uma década, não ter iniciado com o vigor necessário a transição para o digital.

“São uma empresa presa no tempo”, disse um professor da Universidade Reyrson de Toronto, Robert Burley, citado pela Bloomberg. “A sua história era tão importante para eles, esta rica história centenária em que fizeram muitas coisas espantosas e muito dinheiro pelo caminho. Agora a sua história tornou-se um passivo”, acrescentou. (a necessidade de se atualizar a cada segundo para se manter sempre na vanguarda do próprio tempo, estar sempre a frente dos outros, como numa corrida de cavalos).

A Kodak, símbolo do capitalismo norte-americano, foi criada por George Eastman, que inventou o filme fotográfico, e chegou a Portugal em 1919. O primeiro produto da Kodak no país foi a câmara Brownie, lançada em todo o mundo, a um dólar, em 1900.


fonte: http://economia.publico.pt/Noticia/kodak-accionou-pedido-de-falencia-e-quer-reorganizar-a-actividade-1529737

“No dia em que exércitos inimigos possam aniquilar-se em um segundo, todas as nações civilizadas — ao menos é de se esperar — evitarão a guerra e desmobilizarão seus soldados [...]"

Alfred Nobel, o gênio autodidata, criador do Prêmio Nobel, nasceu em 1833, numa década de efervescência tecno-científica, mas em plena crise familiar.

Quatro anos depois, a família Nobel muda-se para São Petersburgo, na Rússia, e monta uma pequena metalúrgica. Prospera, então, fabricando minas submarinas, graças, sobretudo, à sociedade com um general influente e às gigantescas encomendas recebidas durante a guerra da Criméia — 1854/1856. Terminada a guerra, acabam as encomendas e os Nobel vão à falência pela segunda vez. Alfred estava com 26 anos. Não recebera educação formal, freqüentou apenas o primeiro ano do primário numa escola paroquial, na sua Suécia natal. Mas, com o auxilio de excelentes professores particulares, estudando em casa, tornou-se excepcionalmente bem-preparado. Falava fluentemente sueco, russo, inglês, francês e alemão, sendo atraído pela literatura e pela filosofia. Quando a situação financeira de seu pai era favorável, viajou pelo mundo durante dois anos. Conheceu os Estados Unidos e, sobretudo, Paris, onde fez estágios em diversos laboratórios de química. Interessou-se desde cedo por explosivos e, já em 1863, requereu sua primeira patente importante: um detonador de percussão conhecido como processo Nobel.

A patente foi obtida na Suécia, para onde parte da família voltara, na tentativa de relançar os negócios em novas bases, depois da falência na Rússia. Instalados na pequena localidade de Helensburgo, nas vizinhanças de Estocolmo, Alfred, o irmão caçula Emil e o pai começaram a fabricar nitroglicerina. Essa substância, preparada pela primeira vez em 1846 pelo italiano Ascanio Sobrero, tem uma fórmula aparentemente muito simples: certa quantidade de glicerina adicionada a uma mistura de ácido nítrico e ácido sulfúrico. Mas sua preparação é extremamente arriscada. Qualquer choque ou uma alteração brusca de temperatura provocam violenta explosão.Foi assim que, em 1864, mal começara a produção dos Nobel, a fábrica foi pelos ares, matando Emil, o irmão caçula, e quatro homens. Semanas mais tarde, o velho pai sofreu um derrame do qual nunca se recuperou.

Alfred, no entanto, não se deixou abater. Conseguiu um sócio e voltou a fabricar nitroglicerina. Os negócios prosperaram rapidamente. Mudou-se para Hamburgo, de onde dirigia os negócios da firma enquanto prosseguia suas pesquisas. Os riscos de acidentes continuaram elevados até 1867, quando teve a idéia de misturar à nitroglicerina uma substância inerte, na esperança de evitar explosões acidentais. Deu certo. A nova mistura, denominada dinamite, iria revolucionar a técnica da explosão de minas, a construção de estradas e a sorte das guerras. Além de trazer rios de dinheiro à empresa de Alfred Nobel. Como se tudo isso não bastasse, a sorte também favorecia os negócios de Ludovic e Robert, os dois irmãos que haviam permanecido na Rússia depois da segunda falência familiar. Alfred, já multimilionário com suas fábricas de dinamite, tornou-se um dos primeiros magnatas do petróleo.

Mas nunca foi feliz. Sua vida sentimental, ao que tudo indica, permaneceu um deserto. Em 1876, pôs num jornal austríaco um anúncio no qual “um senhor de certa idade, rico e muito instruído, residente em Paris”, dizia procurar “mulher experiente e de certa classe, que conheça línguas estrangeiras, para Ihe servir de secretária e dama de companhia”. Respondeu a esse anúncio a condessa Bertha Kinski von Chinic und Tettau, descendente de uma família arruinada da aristocracia austríaca. Falava alemão, francês, inglês e italiano e, aos 33 anos, sua beleza era fora do comum. Mas não teve sorte. Uma semana depois do primeiro encontro, Alfred partiu em viagem e a condessa fugiu para se casar com seu namorado.

Foi por influência de Bertha, pacifista convicta, que Nobel incluiu no seu testamento um prêmio dedicado à paz, com o qual a própria condessa foi agraciada, em 1905. Pessoalmente, ele não tinha muitas ilusões quanto a esse tipo de iniciativa. Foi um dos primeiros a admitir a teoria do equilíbrio do terror. Escreveu a Bertha:

“No dia em que exércitos inimigos possam aniquilar-se em um segundo, todas as nações civilizadas — ao menos é de se esperar — evitarão a guerra e desmobilizarão seus soldados. Por isso, minhas fábricas podem pôr termo à guerra mais rapidamente que seus congressos pela paz”.

 Alfred Nobel sofria de acessos lancinantes de dor de cabeça, que atribuía ao contato com a nitroglicerina e, a partir dos 50 anos, de crises cada vez mais freqüentes de angina do peito. Além disso, em 1891, viu-se expulso da França, onde residira durante dezessete anos, acusado de espionagem industrial em favor da Itália. Perde, também, um processo nos tribunais ingleses referente a uma valiosíssima patente de um tipo de pólvora sem fumaça. É em San Remo que ele vem a falecer. Como sempre temera, morreu cercado apenas por seus empregados, sem nenhum parente ou amigo, às 2 horas da madrugada de 10 de dezembro de 1896. Um ano antes, assinara a terceira e última versão de seu testamento, dispondo que os rendimentos dos 31 milhões de coroas suecas de sua fortuna deveriam ser “distribuídos anualmente às pessoas que mais benefícios houvessem prestado à Humanidade”.

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Bancarrota ou Falência


Falência (ou insolvência, que é um nome mais pomposo) é uma situação jurídica decorrente de uma sentença decretatória proferida por um juiz de direito onde uma empresa ou sociedade comercial se omite em cumprir com determinada obrigação patrimonial e então tem seus bens alienados para satisfazer todos seus credores.
Outros sinónimos de falência são os termos quebra e bancarrota, este último proveniente do italiano bancarotta ('banca quebrada'): no medievo, os banqueiros expunham seu dinheiro sobre um banco de madeira (daí o nome 'banqueiro'), tal como os antigos romanos o faziam na mensa argentaria. Se algum deles não honrava suas dívidas, seu banco era feito em pedaços, e ele próprio era impedido de continuar a exercer qualquer outro negócio.[1]

Definições:
As definições de falência diferem no campo econômico e jurídico. Para além destes campos, falência é também um termo associado ao ato de decretar o fim de algo: o fim de uma atividade, de um império, dos órgãos do corpo humano, como no caso de falência múltipla dos órgãos.
A falência distingue-se da insolvência, que é um estado em que o devedor tem prestações a cumprir que são superiores aos rendimentos que aufere. Uma empresa insolvente não está automaticamente ou obrigatoriamente falida. Ela poderá, ao final de um processo, ser declarada falida ou em recuperação judicial.
A definição jurídica de falência está estampada na lei de cada país.