domingo, 12 de fevereiro de 2012

Quando eu caí...

Quando eu caí eu quis que tudo e todos a minha volta também caíssem.
Comecei derrubando a tampa dessa caneta, depois os papéis, os documentos e com eles todas as assinaturas de gente importante.
A mesa e os retratos da parede e com eles todos os parentes e amigos próximos.
A estante, os livros e consequentemente alguns filósofos e gênios literários.
Derrubei a persiana e o abajour.
A armação das janelas e das portas.
Derrubei os corredores e os transeuntes engravatados.
Derrubei o portão de entrada e as iniciais da empresa.
E quando toda a estrutura ruiu, derrubei a construção vizinha, sempre em obras, os postes de luz, a fiação elétrica, os bueiros e baratas e cigarros, a Rua inteira e a ladeira do lado.
Quando a cidade caiu derrubei o que faltava, até finalmente deixar o mundo no chinelo. Então derrubei os chinelos e o chão... Pra cair de novo.

Um comentário:

  1. 'pq se eu caio, eu levo alguém (ou alguma coisa) comigo.'

    p.s.: boa esta imagem de, no final de tudo, deixar o mundo no chinelo. e, sem ter para onde ir, cavar um novo buraco para cair de novo ! ;)

    ResponderExcluir