terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Quando eu caí

Quando eu caí assim de lado quase de frente pro chão sabe,assim,tipo assim, mais pro lado direito que esquerdo.Eu tava suada aí pronto,pá!foi de repende... assim do nada,sabe?!

Todos os olhos se voltaram para mim.

Eu quis chorar de raiva

Quando caí foi porque eu escorreguei com ele em cima de mim, caí com ele em cima de mim.

Perdi,rapaz!

Ele tá bem, eu to com a perna pra cima, com gelo e com vontade de estar lá,com ele,levantando ele, subindo nele, segurando ele,subindo nele,protegendo ele.

Eu não tive força, eu falhei. Falhei pra mim, pro meu pai, pra minha mãe, pra ele,pra eles,falhei meu pé direito. A falha não tem volta ,e agora não tem mais dor, não dá dor.

É uma vontade de voltar o irreversível.

Quando eu caí eu chorei quietinha

Tô com dor no pé, não consigo rolar pra trás,pra frente,trotar,cair,nem andar nos quatro apoios...hoje minha perna me abandonou por completo. Hoje eu vou sonhar com a Austrália,hoje alguém me leva nas costas porque eu não consigo.

Eu não consigo!

Falhei porra,perdi, agora já foi.

foi porque eu me senti segura,e achei sabia correr.

5 comentários:

  1. Quando eu vi ela caindo eu pensei:
    E agora? E a gente? E amanhã? E quinta? E olha pra direita E olha pra esquerda.

    Quando eu vi ela caindo eu fiquei com medo de que tudo que a gente estava construindo e ainda está, assim espero, caísse junto com ela e se quebrasse junto com o pé dela.

    Quando eu vi ela caindo eu fiquei um pouco aliviada por não ter sido eu, ao mesmo tempo insegura porque poderia ter sido
    e apreensiva porque ainda pode ser
    e insegura de novo por pensar que antes eu do que ela
    e comovida por ter pensado assim
    e culpada por saber que mesmo que eu não tenha derrubado eu poderia, e ainda posso,
    e insegura de novo porque eu sempre estou.

    Quando eu vi ela caindo eu gritei: Maríííliaaaaa!!!
    E corri pro canto da sala pra tentar ajudar, mas não consegui, porque eu nunca consigo ser suporte e só suportada e isso é tão insuportável quanto dor de pé torcido!

    Quando eu vi ela já pum e pan.

    Já estava sentada, com gelo, potinho da Häagen-Dazs, muita gente em volta e o Bê com as mochilas.
    Depois já não era mais o Bernardo, era Árvore e nós éramos seis.

    Quando eu vi ela caindo pela primeira vez eu gostei do Carnaval.

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. quando eu vi ela cain. ops, eu não vi ela caindo. eu só vi ela deitada pós-queda. quando eu vi ela já pum pan.

    quando eu vi ela já pum pan, eu pensei: 'nossa, como demorou para isso acontecer ?!'. pensei que poderia ter sido comigo ou com qualquer um dali. e penso agora na nossa vulnerabilidade e riscos. numa terça ou quinta, quem sabe ? tomara que não mas.. quem sabe ?

    quando eu vi ela já pum pan sentada e devidamente no centro da roda das atenções e cuidados, eu me retirei. às vezes acho que quanto mais, pior. era muito suporte junto! fui pro canto da sala mas com os olhos e ouvidos atentos à outra extremidade.

    quando eu vi ela já pum pan nas costas do Bê, eu dividi: 'isso que é pesquisadora, sai na árvore !'

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  4. Estou apaixonada por esse grupo! E agora???

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  5. Eu não vi ela caindo. Quando vi, já era. Tva tudo indo bem, muito bem mesmo. Mas a vida é assim: a gente cai quando menos espera.

    E aí nem sempre tem alguém pra ajudar, mas dessa vez tinha. Muita gente. Fiquei quietinha observando. um burburinho danado. Havia uma esperança de que ela poderia se levantar. Gelo. Trouxeram gelo. Mas não. Teve que sair carregada, coitada.

    Coitada, não! Coitada se não tivesse ninguém pra carregar - aí sim, aí sim ela tava ferrada mesmo!

    Eu já caí assim. Mas acabei levantando. A gente sempre levanta, né?

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