sábado, 3 de março de 2012

O ruivo

Quando eles abriram a porta houve um pequeno empurra empurra. Ele foi jogado sobre mim, ele se desculpou, nós começamos a conversar. Quase uma hora e meia esperando naquela espécie de depósito cheirando a camembert, até que um ruivo com cara de nada veio me atender. Ele sumia no meio de uma frase pra reaparecer com um novo monte de papel dizendo:"Pode continuar." Ele me interrompia o tempo todo dizendo:"Tá bom." Ele corrigia relatórios enquanto eu me esforçava para que prestasse atenção em mim. Uma mulher entrou com um pano na mão, pensei que fosse a faxineira, ela não se apresentou é claro. Ela me perguntou se eu havia sido despedido diversas vezes de empregos anteriores. Eu lhe perguntei se ela tinha tido o cuidado de consultar a minha ficha. Ela me respondeu que não se devia acreditar em tudo que as pessoas escrevem. Ela me olhou sorrindo e acrescentou:"Nem no que dizem." O ruivo queria saber quais eram os meus conhecimentos em matéria de embalagem. Recomeçar do zero. Quando éramos répteis abandonamos os pântanos.

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