quinta-feira, 15 de março de 2012

Se apropriando da Clarice

O amor é nu.

A forma do amor representa o que há de melhor no ser humano. Tenho um dentro de mim que raramente se exprime. Mas quando vejo outro amor então o meu se expressa. sua forma fala.

É liberdade tão indomável que se torna inútil aprisioná-lo para que sirva ao homem: deixa-se domesticar mas com um simples movimento de cabeça mostra que sua íntima natureza é sempre bravia e límpida e livre.

Todo amor é selvagem e arisco quando mãos inseguras o tocam.

Tentando pôr em frases a minha mais oculta e sutil sensação- e desobedecendo à minha necessidade exigente de veracidade- eu diria: se pudesse ter escolhido queria ter nascido amor. Mas- quem sabe- talvez o amor ele mesmo não sinta o grande símbolo da vida livre que nós sentimos nele.
Devo então concluir que o amor seria sobretudo para ser sentido por mim? Ele representa a animalidade bela e solta do ser humano? O melhor do amor o ente humano já tem? Então abdico de ser um amor e com glória passo para a minha humanidade. O amor me indica o que sou.

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