Auto-mapeamento poético corporal
Do extremo topo, o couro.
Do fluido pelo avança para além das pontas memórias, ideias, angustias, medo.
A linha pontilhada emenda ao corpo em meandros tortos cabeça e cia.
Ossos fragmentados desorganizam um eixo
Queixo-me ao espelho: perfil sinuoso, fronte desarmônica.
Tapam a boca os finos dedos em grosseria.
Falanges dobram ao alcance dos dentes.
Relação antiga, sadônica, deformante: como parentes.
Como de costume, o corte.
Elevo os braços em busca do alcance.
Escápulas pularás, pularão – flexão!
As veias pulsão à fraqueza da mão.
Ao desequilíbrio, lanço-me.
Vertebra em seu domingo. Tenta-se desenrolar os nós.
Se não fosse tão paradoxal, eu beijaria meus pés.
A angustia instantânea incomoda-se com o esmalte descascado.
Os joelhos em hipertensão com a situação. Gargalham!
Querem chorar...
Preciso ir ao banheiro!
Mas meus ísquios, tão desconhecidos e impessoais, ainda estão voltados para cima!
Vou tentar segurar.
Transfiro todo o peso do corpo para o pé direito; o da topada anual em ceia de natal.
Enquanto isso, o outro está a bailar.
Meio sem jeito.
Meio em contração;
Abdome em relação.
A pupila fixa um ponto de poeira;
Me distraio com as outras sujeiras. Desequilíbrio.
Totalmente desequilibrada.
Mas eu estou bem.
Lamento apenas pela minha sola...
Que de tanta casca; tanta pele; tanta crosta;
Nenhuma farpa mais esfola.
Mas eu estou bem.
Estou perdida.
Tenho um mapa!
'Se não fosse tão paradoxal, eu beijaria meus pés.'
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluir