sexta-feira, 2 de março de 2012

Mapa da Nat

Auto-mapeamento poético corporal

Do extremo topo, o couro.

Do fluido pelo avança para além das pontas memórias, ideias, angustias, medo.

A linha pontilhada emenda ao corpo em meandros tortos cabeça e cia.

Ossos fragmentados desorganizam um eixo

Queixo-me ao espelho: perfil sinuoso, fronte desarmônica.

Tapam a boca os finos dedos em grosseria.

Falanges dobram ao alcance dos dentes.

Relação antiga, sadônica, deformante: como parentes.

Como de costume, o corte.

Elevo os braços em busca do alcance.

Escápulas pularás, pularão – flexão!

As veias pulsão à fraqueza da mão.

Ao desequilíbrio, lanço-me.

Vertebra em seu domingo. Tenta-se desenrolar os nós.

Se não fosse tão paradoxal, eu beijaria meus pés.

A angustia instantânea incomoda-se com o esmalte descascado.

Os joelhos em hipertensão com a situação. Gargalham!
Querem chorar...
Preciso ir ao banheiro!

Mas meus ísquios, tão desconhecidos e impessoais, ainda estão voltados para cima!
Vou tentar segurar.

Transfiro todo o peso do corpo para o pé direito; o da topada anual em ceia de natal.

Enquanto isso, o outro está a bailar.

Meio sem jeito.

Meio em contração;

Abdome em relação.

A pupila fixa um ponto de poeira;

Me distraio com as outras sujeiras. Desequilíbrio.

Totalmente desequilibrada.

Mas eu estou bem.

Lamento apenas pela minha sola...

Que de tanta casca; tanta pele; tanta crosta;

Nenhuma farpa mais esfola.

Mas eu estou bem.

Estou perdida.

Tenho um mapa!

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